domingo, 11 de julho de 2010

Comparações filosóficas sobre política

Estudando e observando as visões do pensador Thomas Hobbes e da música Escala Latina da banda Forfun, chegamos a conclusões de que existem concordâncias e discordâncias de pensamentos entre Hobbes e o autor da música Victor Sá.
Hobbes chega à conclusão em seu primeiro parágrafo do capítulo XIII, que todos os homens por definição da natureza são iguais, a música influenciada por ideais marxistas também expõe que todos devem ser e são iguais, apesar do mundo em que vivemos não apresentar essas condições de igualdade.
Hobbes acredita que somente o Estado é o órgão que tem o poder de organizar os homens para que seja mantido o respeito. Na ausência do Estado só existe entre homens a segurança que cada um pode proporcionar a si mesmo, sem a segurança dada pelo Estado, que proporciona paz para todos, não existe sociedade, só existe um constante medo de morte violenta.
Com essa concepção, o autor de Leviatã, expõe como exemplo os povos da América de forma etnocêntrica, e cita-os como selvagens que não tem nenhuma organização política e vivem em constante guerra, o que já é visto de outra forma por Victor Sá que cita os índios habitando em paz suas ocas até que “as raposas” (povos europeus) deixam suas “tocas” (Europa) e causam grandes problemas aos povos indígenas. Os índios têm sim organização política, aonde existem caciques, pajés, guerreiros, etc. As guerras são entre tribos e civilizações diferentes defendendo principalmente território que o próprio Hobbes cita que não traz como conseqüência miséria. Hobbes tem a visão que eles estão em guerra dentro de um mesmo Estado aonde isso não existe. O Estado comum é criado pelo europeu que se apossa e coloca todos dentro de um mesmo território e passa essa visão de guerra civil onde não existiu.
Victor Sá critica na música a propaganda que incentiva os valores egoístas, materialismo e pensamento individual, existe concordância com o texto de Hobbes, pois ele enxerga que naturalmente o ser humano possui amor ao domínio sobre o outro, o que caracteriza esse egoísmo, porém, explorar alguém, faz ele sair da condição de miséria e acaba sendo um mal necessário, a música explicita isso como coisa ruim não como mal necessário, porém, explica muito bem esse desejo de poder do ser humano sobre seu próximo quando cita: “O luxo só resiste as custas de muita miséria”, isso significa que o ser humano realmente tem o desejo de ser melhor que o outro de forma que esse outro se encontre submisso, isso pode ser exemplificado com o trabalho escravo ou os empregadores que possuem os meios de produção, colocam os empregados sobre seu poder conseqüentemente tendo maior poder financeiro e tendo melhores condições de vida.
Tudo isso já acarreta desigualdade entre os homens e, contudo, Thomas Hobbes acaba entrando em contradição quando cita que para instituir um poder comum que seja eficaz para o bem estar social é necessário dar poder a um só homem, isso seria o cúmulo da desigualdade, ele cita também uma assembléia de homens instituindo o Estado representando todos e com a pluralidade de votos a vontade de todos que seria algo semelhante a polis grega, porém, na polis grega a participação popular era direta, e não representada, a música influenciada por Marx já expõe melhor essa idéia que para existir a igualdade não deve existir estado mais sim uma comunidade de iguais que tome decisões políticas com a participação direta de todos os cidadãos.

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