quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Conto de fadas

Era uma vez um rapaz que pediu uma linda mulher em casamento:
-Você quer casar comigo?
Ela respondeu:
-Não!
O rapaz viveu feliz para sempre, foi pescar, jogou futebol, conheceu muitas outras mulheres, comeu todas, visitou muitos lugares, sempre estava sorrindo e de bom humor, nunca lhe faltava grana, bebia cerveja com os amigos sempre que queria e ninguém mandava nele.
A mulher teve celulite, engordou, seus peitos caíram, se fodeu e ficou sozinha.

Apaixone-se

Era um duende como outro qualquer. Sua enorme barba grisalha não era mais brilhante e nem mais destacável que as outras tantas barbas. Seu gorro, em forma quase cônica, também não era mais vermelho que o dos outros, e nem mais bonito. Era apenas mais um duende entre tantos outros.

Seguindo seu caminho de todos os dias, com todos os outros duendes, viu um lindo pássaro passar em sua frente e erguer vôo. Instintivamente, ergueu os olhos e levantou a cabeça, deparando-se com algo diferente, algo que nunca tinha visto antes.

Na enorme árvore em que o pássaro e seus olhos tinham pousado, havia uma corda. A corda balançava, presa a um dos galhos, e refletia a luz do Sol.

Aquilo o impressionou. Uma corda, presa a uma árvore, e amarrada em si mesma formando o que parecia ser um círculo.

Olhou para os lados, verificou se alguns olhares curiosos o seguiam, e decidiu mudar o seu caminho.

Com muita dificuldade, começou a subir o gigantesco tronco. Devido ao seu minúsculo tamanho, horas e horas se passaram até que ele chegasse ao galho desejado. O galho com a corda.

Teve medo de se aproximar. Ficou apenas observando-a, refletindo agora a luz da enorme Lua Cheia que se formava acima do pequeno ser.

Era apenas uma corda, como outra qualquer, em uma árvore, como outra qualquer.

Mas, quando a olhava, sentia um mistério pairando entre os dois. Não conseguia se aproximar. Ficava apenas maravilhado, observando.

Pensou em chamar os amigos, mostrar sua descoberta, fazer com que todos vissem que, naquele caminho tedioso de todos os dias, havia algo extraordinário. Uma corda, em uma árvore.

Mas se ele contasse, ele deixaria de ser especial. Deixaria de ser o único que havia reparado a beleza daquela corda, o único que havia sofrido para chegar até o galho em que ela estava. Ele seria apenas mais um duende, que havia conhecido a corda, na árvore.

Ficou ali, fitando a corda, esquecendo da noite que caía, dos animais que poderiam aparecer, esquecendo do resto do mundo.

Em um entardecer, decidiu que precisava aproximar-se. Tocá-la. Desvendar que mistérios o alucinavam daquela forma.

Chegou perto. Sentia seus membros tremerem e a espinha esfriar-se. Não importava se o galho poderia dividir-se e derrubá-lo de dezenas de metros diretamente no chão.

Aproximou-se o suficiente para sentir o cheiro dela.

Ahh, aquele cheiro. Se pudesse compará-lo com qualquer coisa no mundo, escolheria um cheiro único, que havia sentido há décadas, talvez séculos.

Encantou-se instantaneamente com aquilo. Era uma corda, em uma árvore, com um cheiro único.

Hipnotizado, aproximou-se cada vez mais. Não sabia o que uma corda poderia fazer, não sabia nada sobre aquilo, mas sabia que deveria confiar naquele momento.

Pulou, confiando nos “braços” da corda.

A corda se deslocou para baixo do seu rosto, e, perdida entre toda aquela barba, apertou o nó sobre seu pescoço.

Mesmo que seu ar tivesse parado de circular entre as vias respiratórias, paradoxalmente, ele era feliz, pela primeira vez.

Ele não era mais um duende qualquer, era o duende mais feliz do mundo. E a corda que o estrangulava, não era mais uma corda qualquer, em uma árvore qualquer.

Lara Cochete

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Família

Quero expressar toda a minha revolta com esta instituição falida que não leva ninguém a nada e que não passa de uma louca e idiota mentira.
A família no ambito biológico é algo que forçadamente cria laços que não existem. Amor não é inato, se constói a partir de pessoas que independentemente do grau de parentesco se gostam. Na sociedade, começamos a ter a visão que muitas vezes nossos pais estão completamente loucos e que por mais que tentemos ajudá-los, eles não aceitam nossa ajuda. Entendemos seus problemas, sofremos por eles e o retorno que temos é a impotência, é a sensação de total de fracasso.
Não são capazes de reconhecer seus erros e acham que suas teorias empíricas de achar que estão sempre certos pois são mais velhos e que seu conhecimento acumulado faz com que toda ou qualquer decisão que tomem está correta. Apegam-se a tudo e a bens materiais, os quais não conseguem se desfazer para tentar novas perspectivas de vida. São covardes, não tem ousadia, a tendência é morrerem sem conquistar sonhos.
Chega-se a conclusão que por mais que tudo isso revolte muitos de vocês, caros leitores, família dentro das perspectivas atuais, não existe.
Infelizmente dentre as soluções que eu consigo ver é romper, conseguir minha independência em diversos sentidos, com o intuito de realmente abdicar da metrópole e parar de sofrer com problemas que não me pertencem ou me matar, pois hoje,não vejo nada que eu possa fazer.
Para muitos posso estar sendo egoísta, mesquinho e ordinário, mas quero justificar que eu tentei, tentei muito e infelizmente não consegui nada.
Se hoje eu recebesse a notícia que toda minha família morreu, sinceramente, teria encontrado a solução de todos os meus problemas.
Mais uma vez, choro, choro, choro...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Enigma

Te esperei por toda vida
Fiz-te vida
Vivi cada momento
Caí em sofrimento
Chorei e berrei
Bebi e Morri,
Renasci.
Transformei-te em um enigma gigante
Gostas de ouvir o que queres
Agradar-te é senha de infinitos dígitos
Nunca deixa de ser enigmática
As críticas que me restam são raiva
Diante de minha incapacidade diante de ti.
Não consigo decifrar nada
Cada palavra-chave cuidadosamente escolhida
Todas em vão.
No fim sempre a senha está sempre incorreta.
Meu eu interior completamente fascinado,
Não consegue simplesmente tornar-te passado.
Minhas tentativas se extinguem
A porta está fechada pra sempre
Ainda assim não desisto
Tenho abstinencia, sede da droga
Extinta dentro de um gigantesco cofre.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Qualidades e Defeitos

"Ser intenso é agir
Sem pensar nem refletir,
Ser doce é chorar com seus impuslos
Para sem razão sorrir"

Ser Humano, ser egoísta...

É muito fácil ficar se questionando todo dia: "Porque o mundo é uma merda?" "Porque nada dá certo comigo? "Porque? Porque? Porque?"... A resposta não esta em nenhum outro lugar que não seja dentro de nós mesmos. A maioria de nossas ações são feitas pensadas no interesse individual, com o objetivo individual de se dar bem.
O ser humano, macaco que se acha mais inteligente que os outros animais, é tão egoísta, está tão focado em seus interesses, que se esquece que faz parte de uma porra que flutua em algum lugar do Universo, aonde existe uma interação energética entre ele e outros seres. Essa merda de bicho, resolve ir contra todo o natural e causar um desequilíbrio caótico, achando que ele pode foder o Universo inteiro e se dar bem. O homem tenta a todo momento criar barreiras entre ele e o natural, ele destrói florestas e cria prédios, ele proíbe dádivas que o Universo o dá, para lucrar em cima de sofrimento.
Tudo puro egoísmo, tudo egocentrismo, tudo achando que são seres superiores. Nem entre si respeitam-se, não respeitam nada, matam-se, propagam ódio entre si, e o pior de tudo machucam profundamente aos que se mostram amáveis.
Tudo se resume ao homem achar que ele vai foder o planeta, que ele vai foder o Universo, que ele é maior que o Universo quando na verdade a primeira merda que vai morrer é o próprio homem.
Pode até o ser humano levar a Terra para o caralho junto com ele, mas nunca, eu digo, NUNCA ele vai conseguir foder com o Universo,o homem é apenas um ridiculamente pequeno caos dentro de um infinitamente gicantesco lindo Cosmos que sempre se sobrepõe e prospera com grandeza.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Desespero

Na noite fria, sozinho, triste, banhado em lágrimas,
Deitado nesta areira vendo os belos fogos.
O ano se foi,
Cada gota que sai de meus olhos relembra um momento,

Meu desespero é profundo,
O choro não cessa.
Vejo as poucas vitórias,
Vejo mais a dedicação e a falha, os erros,
O abandono aos meus queridos amigos que me amam e que eu amo tanto.
Na mão algumas uvas amassadas,
Meu espumante misturado com infelicidade aonde me afogo.
Não tenho ninguém neste momento, não tenho nada. Sou um grande perdedor. Maktub.

Estava escrito que seria assim,
Abandonado e desesperado,
Sinto-me sendo cortado por dentro.
Adeus 2010, obrigado por tudo.
Passo uma borracha e começo novamente tudo do zero.